Pelourinho e Brasão de Ourém oferecidos a Marcelo Rebelo de Sousa O Presidente da República esteve em Ourém no dia 12 de Dezembro, para um debate com alunos do secundário, uma visita a uma habitação destruída pelos incêndios e uma passagem pelo Castelo e Paços dos Condes de Ourém.
João Moura, Presidente da Assembleia Municipal de Ourém, acompanhou toda a visita do Chefe de Estado, que teve início com  uma aula debate onde estiveram presentes centenas de alunos dos 11.º e 12.º anos, do ensino regular e profissional, e vários professores. Foram debatidos vários temas, como a emigração dos jovens portugueses, desemprego, ensino português, cultura, inflação, preço da habitação para jovens estudantes universitários e a prestação de Portugal no Mundial 2022.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve nas áreas ardidas, nomeadamente numa casa de primeira habitação, que ficou totalmente destruída pelos incêndios deste Verão, na Aldeia de Santa Teresa, na União de Freguesias de Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, tendo prometido à família regressar quando a habitação estiver recuperada.
A passagem pelo concelho de Ourém terminou com a visita ao Castelo e Paço dos Condes, recentemente alvo de obras de recuperação, onde está patente a exposição “40 anos do processo-crime do atentado de 12 de Maio de 1982 contra o Papa João Paulo II”, alusiva ao mediático processo judicial e à tentativa de atentado contra o Papa João Paulo II, em Fátima, em maio de 1982.
A visita ficou também marcada pelo 74º aniversário do Presidente da República. Nesta circunstância, o presidente da AMO ofereceu a Marcelo Rebelo de Sousa duas peças representativas do concelho de Ourém, criadas pela artista e escultora local, Ana Oliveira.

Para a artista plástica "receber a proposta de representar alguns dos ícones históricos de Ourém através de pequenas esculturas foi uma honra, mais ainda porque quase todos eles fizeram parte do meu estudo durante a Licenciatura em Escultura, pela Belas-Artes de Lisboa". Segundo Ana Oliveira, para a representação do pelourinho, em pequena escala, "foi necessário estilizar os elementos, e também criar uma adaptação do mesmo de forma a poder representar a beleza do capitel, por esse motivo, a modelação respeitou a base e focou-se em trazer os elementos superiores, de forma a destacar os símbolos mais icónicos deste pelourinho, respeitando a sua estética". 

Sobre as peças;

Pelourinho da Vila Medieval de Ourém
Local: Jardim junto à Galeria da Vila Medieval de Ourém
Este Pelourinho, revela em si um elemento escultórico que esconde muita simbologia. 
Datado de 1620, é ainda hoje memória viva dos tempos forais da Vila Medieval de Ourém.
O seu fuste é bastante esguio, sendo de grande valor o capitel que o coroa, cujos símbolos podem ser encontrados igualmente no tumulo do IV Conde de Ourém, representando a coroa (símbolo de poder), a flor de lis (símbolo de realeza), as cordas marítimas (símbolo das conquistas marítimas) e a alcachofra (um dos símbolos mais conectados com o IV Conde de Ourém, que acreditava no poder da fénix, sendo esta também a ave que se encontra no brasão de Ourém).  
Logo abaixo destes elementos, encontramos também o antigo Brasão de Ourém, com a representação da fénix, e do seu lado esquerdo a estrela, e do direito a lua, relevando a memórias mais antiga destas terras, como a ocupação Muçulmana. 
Ao centro do fuste encontramos três anéis, e uma base de dois patamares.

Brasão de Ourém
Cada símbolo deste brasão conta uma história, que na realidade é bem antiga.
Se visitarmos o Castelo de Ourém, podemos ver como esta águia é representada nos elementos de pedra deixados pelos mouros, um dos povos que deixou a sua marca nesta região. Porém, se aprofundarmos a origem desta ave na história da heráldica, podemos ver que muitas delas têm origem nas “Aquilas” romanas, sendo assim também assinaladas as cidades de importante ponte durante o domínio do Império Romano, sendo um animal que comporta o símbolo de nobreza, liberdade, agilidade e outras virtudes. E como esta nossa terra é feita de histórias e de lendas, à medida que foi crescendo, alguns elementos foram-se perdendo, para dar lugar a outros. Em 1180, com a atribuição do brasão de armas por D. Teresa, a águia passa a sustentar também esse escudo, perdendo mais tarde a estrela e a lua, características dos mouros.
Atualmente, o nosso brasão é representado por essa águia de asas estendidas, e de bico aberto, gritando, que sustenta com as suas garras o escudo de Portugal (versão antiga), e no seu pescoço sustenta uma coroa, que representa a fidelidade ao seu povo, sendo por fim coroado com cinco torres, representando este número a categoria de Município, sendo possível acompanhar a evolução de Ourém, através dos vários números de torres que os seus brasões já manifestaram